Quando eu era criança, lia histórias em quadrinhos variadas e livrinhos de literatura infantil.
Meus pais não tinham condições de comprar livros , revistas e jornais. Eles nem davam importância para esse tipo de literatura, mas liam a Bíblia e incentivavam eu e meus irmãos, a ler também. Eram da Assembléia de Deus, em Tupanciretã, RS e levavam a sério o ensino religioso para seus filhos, encaminhando-nos, todos os domingos, pela manhã, à Escola Dominical da igreja. Lá, líamos a Bíblia e livrinhos apropriados para a idade, com histórias bíblicas, desenhos e atividades sobre o assunto. Também, íamos nos cultos onde cantávamos , líamos a Bíblia , participávamos de declamações e fazíamos teatro.
Eu gostava muito de ler os gibis, como Tarzan, A Turma da Mônica, Tio Patinhas, Pato Donald , Fantasma, enfim, lia todos os que eu conseguia emprestado com os amigos.
A escola, em que estudei, sempre ofertava livros de literatura infantil para ler em casa, trocando-os assim que terminasse de ler. Li muitos livros. Lembro-me de alguns, como A Pata da Gazela, Cinderela, A Bela Adormecida, Sítio do Pica Pau Amarelo e muitos outros. Quando eu estava na oitava série, a professora de Português promoveu um concurso de poesias a nível de escola, onde participei como intérprete. Não ganhei nenhum prêmio, apenas nota por participação, mas considerei que foi válido, pois consegui vencer um pouco de minha timidez.
Durante o Curso Magistério, também li alguns livros interessantes. Inclusive crônicas e contos. E, nesta época, eu também gostava de ler romances e fotonovelas.
Certo dia, ao sair na porta da frente e vê-la fechar-se com o vento, lembrei-me do Homem Nu , que li há alguns anos atrás, visto que a mesma só abre por fora com a chave.
Fui criada muito só, visto que sou a caçula e meus pais não deixavam eu ir na casa das amigas, mas através da leitura, eu podia ir além das quatro paredes de meu quarto.
